terça-feira, 31 de outubro de 2023

BALANÇO PATRIMONIAL: O QUE É? SAIBA COMO FAZER E EXEMPLOS


 Balanço Patrimonial é um relatório que demonstra de maneira clara e precisa a situação financeira de uma empresa. Para isso, são considerados todos os ativos e passivos de um negócio, ou seja, seus bens, dívidas e lucros.


Tido como o demonstrativo financeiro mais importante de um negócio, saber o que é Balanço Patrimonial é fundamental para manter a saúde financeira da sua empresa em dia.


Isso porque, esse documento lista todos os bens, recursos, direitos e investimentos pertencentes ao seu negócio.


Com a visão ampla e clara desses valores, fica bem mais fácil identificar se a empresa está gerando lucros ou não, se é um bom momento para investir, se é mais prudente reter gastos etc.

O que é Balanço Patrimonial?
Trata-se de um relatório financeiro que tem por objetivo apresentar a situação contábil e econômica de uma empresa em determinado período.


Também chamado de Balanço Contábil, saber o que é Balanço Patrimonial é a melhor forma de fazer um levantamento completo de todos os bens e direitos de um negócio, identificando também suas fontes de recursos e investimentos.

Para que serve o Balanço Patrimonial?
Considerando isso, o Balanço Patrimonial é uma ferramenta contábil que serve para:


  • Analisar o comportamento financeiro de um negócio;


  • Compreender o trajeto dos recursos financeiros da empresa;


  • Ser utilizado como base para a elaboração do planejamento estratégico;


  • Ajudar na composição do planejamento tributário, identificando tributos pagos e meios de reduzi-los;


  • Tomar decisões financeiras mais assertivas;


  • Apresentar dados financeiros e contábeis a possíveis investidores.

Quando deve ser feito o balanço patrimonial?
O Balanço Patrimonial é um relatório que visa apresentar a situação financeira de uma empresa de um determinado período.


De modo geral, costuma ser elaborado a cada 12 meses. Porém, nada impede que seja feito em menos tempo para ser utilizado para alguns dos objetivos citados anteriormente.


No entanto, de acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, ao final de cada exercício social, as empresas devem apresentar uma série de demonstrativos financeiros, que têm como base de elaboração a escrituração contábil do negócio.


Assim, entre as obrigações contábeis e obrigações fiscais do pequeno empreendedor, assim como do médio e grande, esse é mais um documento que precisa ser preparado.


Por esse motivo, saber o que é Balanço Patrimonial e como elaborá-lo é tão importante para o seu negócio.


Aqui, é fundamental ressaltar que, junto com esse documento, é preciso preparar também o DRE, Demonstrativo de Resultados do Exercício.

Qual a estrutura do Balanço Patrimonial ou Contábil? Do que é composto?
Agora que você sabe o que é Balanço Patrimonial e a sua importância, é fundamental conhecer sua estrutura e composição antes de chegarmos à etapa de montagem.


O Balanço Patrimonial é composto por três principais informações de uma empresa:


  • Os ativos;


  • Os passivos;


  • O patrimônio líquido.


Assim, do lado esquerdo desse documento temos os ativos, que são os bens e direitos de um negócio; e do direito os passivos, que são as obrigações, e também o patrimônio líquido.

Exemplo de Balanço Patrimonial
Para ficar mais clara a compreensão de como é composto o Balanço Patrimonial, veja este exemplo de estrutura:

Balanço Patrimonial
1. Ativos: Bens + Direitos


2. Passivos: Obrigações com terceiros


3. Patrimônio Líquido: Obrigações com a empresa, tais como acionistas, diretores e outros


Total de Ativos............ R$ Total de Passivos..................R$


É importante ressaltar que o Total de Ativos deve ser igual ao Total de Passivos. Quem vai garantir que essa conta "feche" é o Patrimônio Líquido.


Ou seja, a ideia do Balanço Patrimonial na Contabilidade é que haja um equilíbrio entre os dois lados. Considerando isso, a fórmula básica desse relatório é:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Assim, se aplicarmos essa equação a uma empresa que tem R$ 200 mil em ativos e R$ 80 mil em passivos, o valor do Patrimônio Líquido deve ser de R$ 120 mil.

O que é Ativo e Passivo na contabilidade? E Patrimônio Líquido?
Mas para saber o que é Balanço Patrimonial na íntegra, é preciso compreender também o que significa ativo e passivo na contabilidade, além do que faz parte do Patrimônio Líquido.

Ativos
Ativos são todos os bens, direitos e recursos de um negócio. Em outras palavras, tudo o que possa gerar algum valor econômico, por exemplo, maquinários, veículos, móveis, equipamentos, estoques etc, bem como contas a receber.

Passivos
Já os passivos representam o contrário, ou seja, são todas as despesas, obrigações e dívidas de uma empresa. Aqui, estão inclusos salários de funcionários, pagamentos de contas mensais, tributos, entre outros.

Estrutura dos Ativos e Passivos
Dentro do Balanço Patrimonial, os ativos e passivos da contabilidade são separados por estruturas (agrupamento em blocos de conta) a fim de facilitar a leitura e análise desse relatório.


Assim, os ativos são separados da seguinte forma:


  • Ativos circulantes: bens e direitos que podem ser transformados em valores em período inferior a um ano, tais como contas a receber, estoque, aplicações, tributos a recuperar etc;


  • Ativos não-circulantes: bens e direitos que precisam de mais de um ano para serem transformados em valores, por exemplo, investimentos e imobiliários.


Já a estruturação dos passivos no Balanço Patrimonial da contabilidade é dividida em:


  • Passivo circulante: todas as dívidas, despesas e obrigações financeiras com prazo de vencimento inferior a um ano, por exemplo, impostos federais, estaduais e municipais, empréstimos, fornecedores etc


  • Passivo não-circulante: todas as dívidas, despesas e obrigações financeiras com prazo de vencimento superior a um ano, tais como garantias de aporte e empréstimos de longo prazo.

Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido é composto pela soma de todos os recursos próprios da empresa. Para chegar a esse resultado são considerados os valores investidos pelos sócios, o capital social, reservas de lucros, prejuízos acumulados etc.


Em uma explicação simplória, o Patrimônio Líquido indica o retorno financeiro que sócios e acionistas obtiveram com o negócio ao final de determinado período.

O que analisar em um Balanço Patrimonial?
Uma das vantagens do Balanço Patrimonial é a possibilidade de fazer diferentes análises.


Só a maneira como esse relatório é montado já gera uma resposta rápida se a sua empresa vai conseguir, ou não, quitar os compromissos assumidos.


Ou seja, uma das análises que pode ser feita, tendo como base o Balanço Patrimonial, é se a quantidade de passivos do período podem ser prejudiciais ao crescimento financeiro da sua empresa.

Outras análises possíveis pelo Balanço Patrimonial
Entre as análises possíveis de serem feitas com o Balanço Patrimonial está a de calcular quantos ativos são mantidos com capital próprio da empresa, e quantos com capital de terceiros.


Denominada "estrutura de capital", essa análise permite que o empreendedor verifique se os recursos obtidos para manter o seu negócio tem custos menores do que os seus lucros.


Ou seja, ele pode verificar se que a captação de recursos de terceiros (passivos, tais como empréstimos e aportes) gera rendimento maior para a empresa, ou se é melhor se manter com meios próprios.

Como elaborar um Balanço Patrimonial?
Até aqui você descobriu o que é Balanço Patrimonial, quando deve ser feito, o que o compõe e o que pode ser analisado nesse relatório.


A partir de agora vamos explicar tudo o que é preciso para elaborar o da sua empresa.


Primeiro, é importante ter em mente que só é possível preencher um Balanço Patrimonial se o gestor tiver um bom controle do fluxo financeiro da empresa, com toda a documentação do período separada e organizada.


Assim, antes de elaborar esse documento, é fundamental ter o Relatório Contábil, composto por todos os registros contábeis ocorridos de fato no período a ser analisado.

Como o Relatório Contábil é elaborado?
O Relatório Contábil é formado por todas as movimentações financeiras da sua empresa, ou seja, as obrigações, bens e direitos.


Para isso, o contador realiza a escrituração no Livro Diário. Esse controle, por sua vez, visa registrar todos os fatos contábeis e financeiros ocorridos, incluindo entradas e saídas.

O Registro Contábil é obrigatório?
Essa é uma parte bastante burocrática e trabalhosa do processo de elaboração do Balanço Patrimonial, por isso, é tão importante um contador para realizar sua composição.


Além disso, de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Relatório Contábil e o registro dos fatos contábeis e financeiros são obrigatórios a todas as empresas, incluindo as optantes do Simples Nacional (exceto MEI, Microempreendedores Individuais).

O que acontece quando a empresa não tem o Balanço Contábil e seus livros?
O descumprimento dessas obrigações gera diversos transtornos para os empreendedores, tais como:


  • Impedimento de dividir os lucros isentos acima da presunção entre os sócios;


  • Dificuldades para determinar a parte cabível a cada sócio em caso de dissolução da sociedade;


  • Impossibilidade de usar os dados fiscais e contábeis como argumento de defesa em casos de processos tributários;


  • Impossibilidade de requerer recuperação judicial;


  • Não conseguir analisar nem acompanhar o desempenho financeiro da empresa.

Como calcular os principais indicadores do Balanço Patrimonial?
Outros pontos que são bem importantes saber antes partirmos para a montagem do Balanço Patrimonial diz respeito aos cálculos utilizados para a sua composição.


A definição desses indicadores também ajuda a analisar melhor seu Balanço Patrimonial e, dessa forma, ter uma visão mais clara da atual situação econômica da sua empresa.


Assim, os principais indicadores a serem utilizados nesse relatório são os:


  • Indicadores de renda;


  • Indicadores de liquidez;


  • Indicadores de dívidas.

Indicadores de renda
Entre os indicadores de renda, ou seja, dos lucros da sua empresa estão o Giro de Ativos, Retorno sobre os Ativos e o Retorno sobre Patrimônio Líquido.


Veja a fórmula a ser aplicada para obter o resultado de cada um deles:


  • Giro de Ativos: vendas / ativo total


  • Retorno sobre os Ativos: lucro líquido / ativo total


  • Retorno sobre Patrimônio Líquido: lucro líquido / patrimônio líquido

Indicadores de liquidez
Os indicadores de liquidez dizem respeito aos valores que podem ser dispostos em pouco tempo e podem ser:


  • Liquidez imediata: disponível / passivos circulantes


  • Liquidez corrente: ativo circulante / passivo circulante


  • Liquidez seca: (ativos circulantes - estoques) / passivos circulantes


  • Liquidez geral: (ativos circulantes + realizável em longo prazo) / (passivos circulantes + exigível em longo prazo)

Indicadores de dívidas
Já os indicadores de dívida, como o próprio nome sugere, são utilizados para verificar qual o montante de endividamento da sua empresa.


Para isso, podem ser utilizados o que visa identificar o grau de endividamento e outro que aponta o endividamento em si, da seguinte forma:


  • Grau de endividamento: passivo / patrimônio líquido;


  • Endividamento: passivo total / ativo total.

Como calcular Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial?
O cálculo do Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial é extremamente simples de ser feito. Para chegar ao seu resultado, basta aplicar a seguinte fórmula:


Patrimônio Líquido = valor do ativo - valor do passivo

Como montar o Balanço Patrimonial na prática (passo a passo)
Agora é o momento de juntar todas as informações sobre o que é Balanço Patrimonial descritas até aqui.


Assim, para montar o seu relatório, basta seguir estes passos:


  • 1º passo: reúna todos os ativos e passivos contábeis da sua empresa, separando por natureza na hora do lançamento no balanço, a fim de facilitar a análise;


  • 2º passo: faça a conciliação dos seus saldo contábeis, comparando com outros documentos como extratos bancários e livros diários, de acordo com a origem de cada registro;


  • 3º passo: reavalie e reclassifique suas contas patrimoniais, de modo que realmente demonstrem o momento atual da empresa;


  • 4º passo: faça os cálculos necessários para identificar se o seu negócio teve prejuízo ou lucro ao final do período que está sendo analisado;


  • 5º passo: classifique suas contas patrimoniais, considerando que os resultados positivos devem ser incluídos como lucros e os negativos nos prejuízos acumulados.

Qual a melhor maneira de fazer um Balanço Patrimonial sem erro?
Como você pôde ver, o Balanço patrimonial é um relatório essencial para acompanhar e analisar a saúde financeira da sua empresa. No entanto, ele pode parecer um tanto complexo para que não está habituado com sua elaboração.


A fim de evitar erros contábeis que podem prejudicar a sua empresa, o ideal é contar com o auxílio de um contador em todas as etapas do processo.


E ainda que você já tenha um profissional contábil responsável pela sua empresa, saiba que você pode trocar de contador a qualquer tempo e usufruir, por exemplo, das vantagens de uma contabilidade on-line.


Assim, além de elaborar o Balanço Patrimonial do seu negócio, esse profissional vai lhe ajudar em diversas outras questões tributárias e financeiras, sem que você precise sair da sua casa ou da sua empresa para isso.

Postado por: Palestrante Dr. Marcos Andrade, Advogado com formação nas áreas de Direito Tributário, Direito Previdenciário, Direito Trabalho e Ciências Contábeis, natural da Cidade de São Paulo – SP. Pós-Graduado em Direito Trabalho. Pós-Graduado em Direito Previdenciário, Cursando Doutorado -UMSA-AR, Membro Palestrante do IBRADED – Instituto Brasileiro de Direito e Educação, especialista em Direito Tributário e Holding Patrimonial.



Fonte: Contabilizei


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA: O GRANDE DESAFIO BRASILEIRO


 Em vista das mudanças tecnológicas que afetam a dinâmica do mercado laboral, empregadores e empregados estão em constante busca por qualificação para acompanhar as exigências dessas inovações. "Já passou o tempo em que o diploma bastava. Hoje, ninguém mais está pronto. É preciso ser continuamente educado, qualificado e requalificado", observou José Pastore, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), durante a quarta edição do Café Sem Filtro, debate virtual promovido mensalmente pela Entidade. "A escola, o governo e as empresas, isoladamente, não conseguirão dar conta disso. É essencial um entrosamento perfeito entre esses três pilares", enfatizou o sociólogo.


A qualificação e a educação dos trabalhadores enfrentam graves entraves históricos no Brasil, na visão de Naercio Menezes Filho, economista e professor no Insper. Soma-se a esse aspecto estrutural o desafio das novas tecnologias, que demandam trabalhadores com alta capacidade de adaptação para tarefas não rotineiras. Segundo Menezes Filho, a solução passa por investimentos na educação da primeira infância. "Os países com cases de sucesso têm políticas intersetoriais coordenadas para acompanhar as crianças ao longo do tempo, com indicadores de desenvolvimento infantil. Além disso, fazem avaliação de impacto de seus programas", ressaltou.

O debate contou ainda com as presenças de Ivo Dall"Acqua Júnior, vice-presidente da FecomercioSP, e Ana Luiza Marino Kuller, coordenadora de Educação do Senac São Paulo. Também participaram Antonio Lanzana e Paulo Delgado, copresidentes do Conselho de Economia Empresarial e Política da Federação.

Habilidades para o futuro não são somente técnicas

Segundo Ana, o desenvolvimento acelerado da tecnologia impacta profundamente o mundo do trabalho, de modo que estamos testemunhando o surgimento, o desaparecimento e a transformações das ocupações. "A nossa preocupação central é como garantir formação nesse contexto tão incerto e complexo", ressaltou.

"Nesse cenário, precisamos trabalhar fortemente as habilidades cognitivas e socioemocionais, numa perspectiva de resolução de problemas, pensamento analítico, criatividade, trabalho em equipe e comunicação", avaliou a gestora do Senac-SP.

Economia mais produtiva

Dall"Acqua Júnior ressaltou que todas as pessoas precisam se reciclar - mesmo que, atualmente, não estejam no mercado de trabalho. "Nas áreas técnicas, há muito a ser desenvolvido. Além disso, novas formas de trabalho e novas formas de empreendedorismo têm sido construídas no mundo todo. Temos muito a trabalhar e muito a recuperar na nossa economia, que tem andado mais de lado do que para frente. Estamos praticamente sacrificando mais de uma geração, não podemos sacrificar mais nenhuma. Temos de investir muito no desenvolvimento da primeira infância", sinalizou.

Postado por: Palestrante Dr. Marcos Andrade, Advogado com formação nas áreas de Direito Tributário, Direito Previdenciário, Direito Trabalho e Ciências Contábeis, natural da Cidade de São Paulo – SP. Pós-Graduado em Direito Trabalho. Pós-Graduado em Direito Previdenciário, Cursando Doutorado -UMSA-AR, Membro Palestrante do IBRADED – Instituto Brasileiro de Direito e Educação, especialista em Direito Tributário e Holding Patrimonial.

Fonte: Fecomércio SP

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

RESCISÃO INDIRETA: SAIBA QUANDO PODE SER APLICADA


 A rescisão indireta é uma alternativa ao desligamento da empresa que pode ser feita por iniciativa do empregado.


Essa modalidade ocorre quando o empregador comete uma série de irregularidades graves no contrato de trabalho, tornando impossível a continuação da relação empregatícia.

Na prática, é como se o empregado pudesse demitir a empresa em que atua. Entenda abaixo como a rescisão indireta funciona e em quais situações ela pode ser aplicada.

O que é a rescisão indireta?
A rescisão indireta é uma modalidade de rescisão do contrato de trabalho em que o empregado pode pedir demissão e, ao mesmo tempo, receber os direitos trabalhistas devidos em uma situação em que o empregador comete faltas graves previstas em lei ou no contrato de trabalho.

A modalidade é semelhante com o da demissão por justa causa, na qual o empregador desliga o empregado por motivos específicos, como comportamento inadequado no ambiente de trabalho ou ausências frequentes, por exemplo. Contudo, no contexto da rescisão indireta, é o próprio trabalhador quem toma a iniciativa de se desligar da empresa, não sendo uma decisão tomada pela empregadora.

É importante ressaltar que a rescisão indireta é um último recurso, uma vez que o empregado deve tentar resolver a situação por meio de negociações ou, se necessário, denunciar as irregularidades às autoridades competentes antes de tomar essa medida extrema.

Quando a rescisão indireta pode ser aplicada?
De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), até maio de 2023 foram registrados 114.526 processos de rescisão indireta.

A rescisão indireta pode ser aplicada em diversas situações, desde que sejam provadas irregularidades graves cometidas pelo empregador. Alguns exemplos de situações que podem justificar a rescisão indireta incluem:

Atraso no pagamento de salários: se o empregador atrasa repetidamente o pagamento dos salários, configurando a inadimplência contratual, o empregado pode pleitear a rescisão indireta;

Ambiente de trabalho inadequado: caso o local de trabalho seja insalubre, ofereça riscos à saúde ou à integridade física do empregado, e o empregador não tome medidas para corrigir a situação, isso pode justificar a rescisão indireta;

Assédio moral ou sexual: se o empregado for vítima de assédio moral ou sexual por parte do empregador ou de seus superiores, e a empresa não tomar providências para cessar o comportamento, a rescisão indireta pode ser uma opção;

Descumprimento de obrigações contratuais: se o empregador descumpre de forma reiterada as obrigações estipuladas no contrato de trabalho, como não fornecer equipamentos de proteção individual ou não conceder férias após o período previsto em lei, isso pode ensejar a rescisão indireta;

Desvio de função: se o empregador exige que o empregado realize tarefas que não estão descritas no contrato de trabalho original também é motivo de solicitar a rescisão indireta;

Falência da empresa: quando a empresa entra em processo de falência ou encerra suas atividades sem pagar as verbas rescisórias e direitos trabalhistas ao empregado, este também pode requerer a rescisão indireta.

Como solicitar a rescisão indireta?
Para que a rescisão indireta seja válida, o empregado deve tomar alguns passos específicos:

* Comunicar a situação: o empregado deve comunicar por escrito ao empregador as irregularidades e dar um prazo para que estas sejam corrigidas;

* Aguardar o prazo: caso o empregador não tome as medidas necessárias para solucionar as irregularidades dentro do prazo estipulado, o empregado pode então formalizar o pedido de rescisão indireta;

* Procurar assistência jurídica: é aconselhável buscar a orientação de um advogado especializado em direito trabalhista para auxiliar no processo, já que a comprovação das irregularidades é fundamental para a validade da rescisão indireta;

* Solicitar a rescisão: após seguir os procedimentos anteriores, o empregado pode formalizar o pedido de rescisão indireta na Justiça do Trabalho, que analisará o caso e tomará a decisão final.

É importante ressaltar que o funcionário só é desligado da empresa após a decisão favorável da Justiça do Trabalho sobre a ação de rescisão contratual.

Quais são os direitos do empregado?
Na hipótese de rescisão indireta, o empregado pode assegurar seus direitos, desde que comprove os motivos que fundamentam seu pedido de desligamento da empresa.

Quando esse tipo de rescisão é validado pelo sistema judicial, o empregador é obrigado a efetuar todos os pagamentos devidos ao trabalhador, como se este tivesse sido dispensado sem justa causa.

Isso implica que, mediante o reconhecimento do Poder Judiciário, o empregado tem o direito de receber:

* Férias e 13º salário, proporcionais ao período de serviço prestado;
* Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com a aplicação da multa de 40%;
* Seguro-desemprego, se aplicável;
* O saldo remanescente do salário devido;
* Aviso prévio, quando cabível.


Em conclusão, a rescisão indireta é um instrumento importante para proteger os direitos dos trabalhadores quando o empregador comete irregularidades graves.

No entanto, é essencial seguir os procedimentos legais e buscar orientação jurídica para garantir que o pedido seja aceito pela Justiça do Trabalho.

É sempre recomendável tentar resolver os problemas por meio do diálogo e das negociações antes de recorrer a essa medida extrema.

Postado por: Palestrante Dr. Marcos Andrade, Advogado com formação nas áreas de Direito Tributário, Direito Previdenciário, Direito Trabalho e Ciências Contábeis, natural da Cidade de São Paulo – SP. Pós-Graduado em Direito Trabalho. Pós-Graduado em Direito Previdenciário, Cursando Doutorado -UMSA-AR, Membro Palestrante do IBRADED – Instituto Brasileiro de Direito e Educação, especialista em Direito Tributário e Holding Patrimonial.



Fonte: Contábeis

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

TRABALHO FREELANCER: O QUE CADA PROFISSIONAL PRECISA SABER SOBRE A MODALIDADE?

 


Trabalhar como freelancer é uma opção cada vez mais popular para quem busca flexibilidade e liberdade profissional. De acordo com o relatório "Freelancing in America", de 2020, 59% dos trabalhadores independentes optaram por seguir essa modalidade devido ao privilégio de definir seus próprios horários e projetos. Já em 2023, o mesmo estudo indicou que 75% desses profissionais estão altamente satisfeitos com o formato de trabalho remoto, destacando que a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar é um dos principais motivadores da escolha.


"Além da maior flexibilidade na rotina, ser freelancer é uma excelente opção para aqueles que buscam uma maior rentabilidade em sua área de atuação, com a vantagem de realizar vários serviços para diferentes clientes nacionais ou até de outros países, sem sair de casa", comenta Samyra Ramos, especialista de marketing da Higlobe, solução de pagamentos para freelancers e contratados brasileiros que trabalham remotamente para empresas dos EUA.

Embora esteja se popularizando, ainda é comum ter muitas dúvidas em relação à escolha de se tornar um freelancer. Com o objetivo de esclarecer o tema, a executiva responde quatro afirmações, entre mitos e verdades, sobre o modelo. Confira:

1- Freelancers podem trabalhar de qualquer lugar do mundo

Fato. Se estivermos falando de uma função remota, uma das grandes vantagens de ser freelancer é a capacidade de trabalhar em qualquer lugar do mundo, a partir de uma conexão estável com a internet.

Com a grande oferta de plataformas de trabalho remoto, é possível se conectar com clientes e realizar projetos independentemente da sua localização. Essa liberdade geográfica permite que os freelancers aproveitem a flexibilidade e busquem oportunidades em diferentes países.

2- Freelancers devem ter um horário fixo de trabalho

Fake. Na maioria dos casos, os freelancers têm a flexibilidade de horário de trabalho, desde que cumpram os prazos propostos pelos clientes. Isso significa que podem definir seu próprio cronograma de acordo com suas necessidades pessoais e profissionais.

No entanto, é importante lembrar que a disciplina e a organização são fundamentais para garantir a conclusão dos projetos dentro da data limite.

3- Os freelancers podem ter acesso a benefícios trabalhistas

Fato. Embora os benefícios não sejam iguais aos tradicionais da CLT, como plano de saúde e férias remuneradas, eles têm outras vantagens. A liberdade de escolher seus clientes e projetos, definir suas próprias taxas e manter uma maior autonomia em relação ao trabalho podem ser fatores suficientes para a tomada de decisão.

Além disso, se o profissional optar por receber os seus pagamentos como MEI ou ME e pagar todos os tributos, ele terá acessos aos benefícios trabalhistas da categoria, como auxílio-doença, auxílio-maternidade, dentre outros.

4- Freelancers sempre ganham menos que um CLT

Fake. Embora a renda de um freelancer possa variar de mês para mês, isso não significa necessariamente que eles não possam ter uma renda estável e ganhar muito bem. Com organização financeira, construção de uma rede de contatos contínua e busca de clientes regulares, os freelancers podem garantir uma fonte de renda constante. É possível ter clientes em outros países e ganhar em moeda estrangeira, o que pode aumentar significativamente a sua renda mensal.

Postado por: Palestrante Dr. Marcos Andrade, Advogado com formação nas áreas de Direito Tributário, Direito Previdenciário, Direito Trabalho e Ciências Contábeis, natural da Cidade de São Paulo – SP. Pós-Graduado em Direito Trabalho. Pós-Graduado em Direito Previdenciário, Cursando Doutorado -UMSA-AR, Membro Palestrante do IBRADED – Instituto Brasileiro de Direito e Educação, especialista em Direito Tributário e Holding Patrimonial.

Fonte: RH Pra VocÊ